sexta-feira, fevereiro 08, 2013

Amor de Carnaval


Arlequim


Arlequim andava no meio da multidão. Todos dançavam como que em câmara lenta, tropeçando naquela figura que apenas andava.

Seus olhos observavam as mulheres seminuas no salão, a procura de alguém. De um amor. 

Todas lhe despertavam o desejo, mas não a paixão. 

Foi quando ela surgiu. Vestida dos pés a cabeça. Fantasiada de anjo. Imaculada. Indecentemente pura. Ele não resistiu: ajoelhou-se diante da musa e num gesto teatral, arrancou o coração de seu peito e, ainda pulsando, colocando-o aos pés da amada.

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