segunda-feira, outubro 01, 2012

À Espera




Cavalgando por entre árvores mortas e ressequidas, o destemido cavaleiro penetra fundo na floresta maldita. Uivos de lobos não o assustam. O temerário cruzado já enfrentou perigos maiores e monstros formidáveis para ali estar. O fosso, agora seco, não é mais um obstáculo. A velha ponte apodrecida também não.

Ultrapassando o muro, chega ao portão do castelo. Não hesita, mesmo diante dos esqueletos dos soldados que morreram em seus postos.

— Decerto — pensa o nobre cavaleiro — hoje vocês devem afastar muito mais do que quando estavam vivos e valentes.
Passos firmes e resolutos o levam à sala do trono. O Rei! Um esqueleto sentado à espera de algo que não veio. Ou teria vindo na forma da Morte?

Sobe confiante a escada. O quarto. A madeira podre da porta cede facilmente. Ali dormira uma princesa.Como o que lhe fora dito. Ela ainda estava ali, também à espera... d
e um beijo que não veio.

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