domingo, setembro 30, 2012

Música inesquecível


Mãos mágicas
Nas cordas metálicas
Da guitarra favorita
Buscam harmonia inaudita
Alvaro 2005




Kill Bill

Pés- Gabriele Zucchelli

Os pés delicados
não inibem
a determinação
da heroína
do filme de ação

 Alvaro A. L. Domingues            

sábado, setembro 29, 2012

Harpa Mágica



Em tons suaves,
Como carícias
Em toques leves,
Meus dedos
Percorrem a harpa
E tocam
Antiga melodia
Dos tempos de magia.
Sinto, junto ao meu,
O seu respirar.
Uma única vida em harmonia.

Mas não ouso olhar
E perdê-lo outra vez.

texto: Alvaro, baseado em lenda celta 
imagem: Mehach, de Linda Bergkvist

Lilith no Paraíso


Antes de Eva foi Lilith!
Mas Lilith recusou-se a ser servil
Nunca ao homem subordinada,

Mas a seu lado,
Desfrutando o Paraíso,
Sem Deus a lhe mandar
Nem o diabo a lhe tentar.

Livres. Lilith e Adão,
Nus, puros e sem perdão,
Pois não há do que perdoar,
Nem  a quem pedir perdão.
Alvaro 2007

sexta-feira, setembro 28, 2012

Lábios de cinábrio




Lábios de cinábrio, 
Lábios entreabertos,
Olhos fechados,
Por um eterno instante,
Ela aguarda o meu beijo.
Perco-me!
Por caminhos conhecidos,
Sentindo o seu respirar junto ao meu.
Seus lábios, infinitamente perto,
Apenas aguardam os meus.

Este instante,
Eterno e fugaz, 
Me põe na ponta dos pés,
Ante abismo insondável.

Sei que beijo ardente virá,
O prelúdio de uma noite
De intensa volúpia!
Mas o estar suspenso agora,
Paralizado por desejo intenso,
Me fascina mais que mil noites
De delirantes prazeres.

Alvaro 2005

Queda d'água

Água que desce
Como Lágrima que entristece
Marcando-lhe a face
Sem que ninguém lhe abrace

Gota de água
de mágoa
de um ferimento sem dolo
de dor sem consolo

Rio eterno
De sentimento interno
Agora exposto
Com lágrimas no rosto



Poema: Alvaro 2005




Estudo número 1 de Villa Lobos
Ana Vidovic ao violão

quinta-feira, setembro 27, 2012

Rei Ayanami


Olhe para trás!
A chuva fria de inverno
Forma manchas úmidas.

As luzes de neón refletidas
Dão cor ao chão cinzento.

Gotas caem em poças na calçada
Formando círculos concêntricos,
Que serão pisadas por pés distraídos
Sem rumo certo, em busca de um abrigo.

E você, onde se abrigou,
Quando um dia, sem destino,
Abandonou atrás de si
Todas as suas esperanças?




Homenagem à personagem 
Rei Ayanami, da série Evangelion
Alvaro,2011

Fim último



Ele estava velho, mas o humanóide insistia em mantê-lo vivo. O último homem. Não era por piedade ou algum sentimento nobre. Não porque máquinas não tivessem sentimentos. O robô  tinha o profundo desejo de humilhá-lo. Conhecia a arrogância do vencedor. E o prazer mórbido de dia após dia demostrar sua superioridade frente ao fraco ser humano.

— Veja minha força e inteligência superiores. A meses que não ganha uma única partida de xadrez de mim. Mal é capaz de levantar-se da cama. Velho e doente. Quantos anos tem? Setenta e cinco? Quando eu chegar a esta idade, ainda terei esta mesma aparência, a mesma vitalidade e inteligência. Eterno eu diria.

Dia após dia. Até que o velho, enfraquecido estava moribundo e o humanóide já não tinha mais prazer em humilhar aquele ser humano, fraco e quase sem vida. Foi quando nasceu em seu cérebro de positróns um novo sentimento, que ele não entendeu a princípio. Uma vaga inquietação, como se ele estivesse diante de uma pergunta sem resposta. 

Durante alguns dias não disse nada ao ultimo homem. Só leva-lhe a refeição no dia, cuidava de seu conforto, regulando a temperatura do ambiente ou dava-lhe a medicação para seus inúmeros males, como se isso fosse vital não para sua vítima, mas para ele mesmo.

Um dia a pergunta tomou forma e, da boca perfeita do robô, sairam estas palavras:

— Qual é a finalidade das máquinas?

A resposta veio trêmula da boca desdentada do humano:

-- A finalidade da máquina... a razão de sua existência... é servir à humanidade.


Alvaro A. L. Domingues
Sonho da noite de 13 p/14/12/2004

quarta-feira, setembro 26, 2012

Pedra dos Céus


Ele sabe onde devemos procurar. A pedra que caiu do céu nos trará muito poder. Ele viu. 

Seguindo as indicações do druida, chegamos a uma clareira na floresta. A pedra do céu ainda está vermelha. Seu calor é intenso. Não poderemos transportá-la e teremos que trabalhá-la aqui mesmo. Nossos toscos intrumentos serão capazes de transformar o presente dos deuses? 

Não tememos por que ele nos garantiu. Um ritual de proteção mágica evitará a ira divina por tocarmos o metal sagrado. Mais forte que o ouro e a prata. Mais forte que o bronze. Abrimos um buraco em volta e trazemos carvão que tiramos da terra. Carvão formado há muito nas fogueira dos gigantes em eras passadas. 

O calor é intenso. O Metal agora pode ser trabalhado pelas nossas feramentas. O ruido de nossa atividade frenética perturba a paz da floresta. Forjaremos uma espada. Não qualquer espada. Mas uma espada digna do rei que virá. Ele disse. 

Nós forjaremos Excalibur!

Alvaro 2004

terça-feira, setembro 25, 2012

Caminho da vida

Caminho de Bambu
Um mestre disse:
Se quer estar lá,
Caminhe até lá
E sinta o prazer de ter chegado
.


Outro mestre disse:
Não importa chegar lá.
O que importa é o ir até lá.
A Jornada vale mais que o Destino.


O discípulo, confuso pergunta:
Mestre, qual dos dois está certo?

O mestre sorri e responde:
Um e outro estão certos.
Um e outro estão errados.
Pois, sabendo onde quer chegar,
Ao dar o primeiro passo,
Você já está lá.




Alvaro  2006

segunda-feira, setembro 24, 2012

Lenda Xamânica

"White Buffalo Calf Woman brings the gift
of the sacred pipe to honor all of creation.
She then turns into a white buffalo and
returns to her people .."
 
(public domain)


Estou andando numa planície gelada. Meus pés afundam na neve fofa. Ando com dificuldade. Eu e meu companheiro estamos com a missão de trazer alimento para a tribo. Há dias que andamos nesta planície e as únicas pegadas que vemos são os nosso próprios passos. O vento frio corta nossos rostos. No alto da montanha então vemos um grande búfalo branco. Ao alcance de uma flecha. 

Meu companheiro se apressa e em montar o arco. Está pronto para disparar quando uma lembrança me faz detê-lo. Gritei-lhe:

– Aquele é o Grande Búfalo Branco, o animal sagrado de nossa tribo. Não podemos matá-lo ainda que toda nossa tribo pereça. 

Meu amigo ficou furioso. Sou obrigado a contê-lo à força. O Búfalo apenas observava a luta. 

Então, por de trás do nobre animal, surge uma belíssima mulher, vestida de branco. Prostro-me na neve mas meu companheiro a olha maravilhado. Percebo o seu desejo, mas, da mesma forma que o búfalo, ela não deve ser tocada. Mais uma vez tenho que contê-lo. Com um gesto ela o faz dormir. 

E, então, fala:

– Você é sábio. Respeita o que é sagrado. Ande mais um pouco e encontrará uma manada de búfalos. Mate apenas três animais. Escolha três machos adultos e poupe o líder do bando. Contenha seu amigo. Ele ainda não tem a sabedoria necessária para compreender.

Logo a seguir, tanto ela como o búfalo branco desaparecem. Acordo meu amigo. Ele, ainda meio tonto, comenta:

– Tive um sonho muito estranho. Vi um grande búfalo branco, mas você não me deixou matá-lo. Depois apareceu uma belíssima mulher e você não me deixou aproximar-me dela.

– Você não sonhou – respondi. Não era qualquer Búfalo, nem qualquer Mulher. Fomos visitados pelo Grande Búfalo Branco e pela Guardiã da Floresta. Ela nos disse onde podemos encontrar caça em abundância, mas limitou nossa caçada a três machos adultos.

Meu amigo ainda se mostrou incrédulo. Sabia que deveria mais uma vez mantê-lo sobre controle quando encontrássemos a manada. Mas um dia ele aprenderia.

Alvaro 2004

domingo, setembro 23, 2012

A vida num instante

Sunrise by the ocean — Vladimir Kunch 

Toda a sua vida passou diante de seus olhos. Não só a sua, mas de todas as pessoas. De todos os tempos. De todos os lugares. Da Terra. Do Universo. Até o instante do Big Bang. Precisava parar com aquilo. Desesperado, gritou:

— Faça-se a Luz!


Alvaro 2004

sábado, setembro 22, 2012

Gota



Gotas caem lentamente. 
A torneira pinga intermitente .
Ondas circulares na pia.
Morrendo na margem,
Dia após dia.
Na água, sua imagem.
Uma gota a mais
E ela se desfaz

... em prantos


Alvaro 2004

sexta-feira, setembro 21, 2012

Fragmentos de uma vida que não vivi...



 ... Estou andando a esmo. Com um imenso senso de urgencia de chegar. 

Mas...onde? É certo que onde estou não é um lugar muito agradável. Está frio. Neva. É noite iluminada por fraca lua. Sei que não posso parar e não posso dormir. 

Mas não me lembro... Não me lembro... nem de quem sou. 

Toco minha testa com a mão direita. Sangue. Coagulado. Terá sido esta a causa de minha perda de memória? Olho para o chão. Meus pés que afundam na neve estão calçados com botas militares. De boa qualidade. Provavelmente sou um oficial. Toco minha farda em busca de algum sinal de minha posição. Devo ser um capitão ou algo assim. 

Minha mão esquerda carrega um machado. Há sangue na sua lâmina. Uma luta corpo a corpo? Sinto que ainda carrego o machado por outro motivo. Há uma ameaça. Sinto no ar.

Olho em volta e percebo um vulto, depois outro. Muitos. São lobos. Eles me cercam e acompanham meus movimentos, sem fazer menção de ultrapassar um limite imaginário. O machado pouco me adianta. Se eles avançarem, matarei um ou dois, mas não terei agilidade para acabar com todos. 

Não tenho outra arma. Meu coldre está vazio. O olhar dos lobos não me parece ameaçador. Para eles posso ser quatro coisas e eles ainda não sabem o que sou. Uma presa, um predador, um companheiro ou um concorrente. 

Se eu conseguir me manter andando, sem me precipitar, até o sol nascer eles me deixarão.


Mas meus olhos pesam...

... muito...








Alvaro 2004

quarta-feira, setembro 19, 2012

Desejo Molhado





Ela estava andando na rua quando a chuva a surpreendeu. Pensou em correr a busca de um abrigo, mas num súbito desejo, deixou a chuva cair sobre sua cabeça. Parecia escutar a voz de sua mãe, gritando:

-- Menina sai da chuva! Você vai ficar resfriada!

Ela sempre entrava aos primeiros pingos, nunca se permitindo nem uma vez se molhar.

A chuva não era formada por grossos pingos, mas incessante e em grande quantidade. Ela estava molhada. Até os ossos, pensou. Olhou seu braço e a blusa branca molhada estava transparente. Sorriu. Imaginou que os homens a estavam observando e vendo seu corpo por entre a roupa molhada. Na verdade, ninguém prestara atenção. Todos estavam procurando algum abrigo e passavam por ela indiferentes. Não importa, pensou, na minha imaginação tudo pode acontecer.


Parou para olhar uma vitrine. Uma joalheria. A água escorrendo no vidro torna as jóias mais brilhantes, como se estivessem no meio de uma névoa. Pedras de sonho, pensou. Lembrou-se do namorado. Ex. Não tanto, ainda havia uma pequena esperança dele voltar. Talvez não valha a pena. Ele jamais se sensibilizaria com a imagem de uma jóia envolvida em névoa. Nem com passear na chuva, mesmo se pudesse ver seu corpo molhado.

Foi então que viu o rosto de um rapaz refletido no vidro. Molhado. Como ela. Olhava com olhos brilhantes. Para ela? Ou para a vitrine? Queria que seus olhos fossem para ela. Encabulou-se de seu pensamento. Deve ter ficado com um rubor nas faces. Ele percebeu e sorriu, aproximando-se mais um pouco. Ouviu novamente a voz da mãe:


-- Se cuida menina, os homens são todos sem-vergonhas!

Sorriu mais uma vez. Uma chuva não quebra ossos, um rapaz com desejo por ela não poderia ser sem-vergonha. Queria-o mais perto. Ele novamente percebeu. Novo rubor. Podia sentir seu rosto junto ao seu, mas não atreveu-se a virar para ele. Sentia o seu respirar, acompanhando o seu. Sinal de paixão, pensou. Quem acompanhava quem? Ele estava bem perto. Podia sentir o calor de seu rosto, quase a tocar o seu. A água da chuva em seu cabelo pingava em seu ombro. Parecia sincronizada com o bater do seu coração. Agora um pouco mais acelerado. O brilho das jóias, o brilho no olhar. O seu respirar junto com o dela. A água da chuva nos cabelos dele, nos ombros dela. Os pingos. O coração. O desejo. Um beijo. Longo. 

A chuva. A menina com vontade de brincar. A adolescente com vontade de amar. A jóia. Enevoada. Pela chuva. A mulher que se vê menina. Um beijo furtivo na rua. Na chuva.


Alvaro Domingues

Prelúdio Revisitado

As nuvens brancas num céu cinza
prenunciam tempestades
em preto e branco.

Logo Doroti será levada
para o colorido reino de Oz



Onde estão as cores?

- Foram levadas pelo vento
Anunciador de tempestade

Onde está o Sol?

- Está escondido
Pelas Nuvens Frias
Anunciadoras de Chuvas 

Onde está você?

- Fui para onde foram as cores
Longe do manto de nuvens
Que escondem o Sol


Alvaro A. L. Domingues
imagem: Areia Cinza - sem autor (colhida na web)

terça-feira, setembro 18, 2012

Fantasia Colorida



Volpi

Olhando as fitas coloridas
Ela viajou um instante
Para um local distante
Cheio de coisas divertidas
Bandeiras numa Quermesse
Brilho que seus olhos enriquece
Vê-se menina maravilhada
Numa noite enluarada
Quem a mão lhe segura?
Quem a olha com doçura?
Quem lhe acompanha na dança?
Olha para o semblante e reconhece
Aquele que nunca esquece
Que um dia foi uma criança

segunda-feira, setembro 17, 2012

Impressão



                                                                              Edgar Degas

Edgar Degas pintava bailarinas
O momento suave das meninas
 Parecia vivo sob seu pincel

O bronze duro em seu cinzel
Se transformava em leve metal
Moldando melodia imortal
Um dia as meninas em cena
Dançando com a leveza de uma pena
Saltando fora de suas molduras
Darão vida às suaves texturas

domingo, setembro 16, 2012

Quadro abstrato

Alexander Calder - Composição - Museu de Arte de São Paulo


O marido, o grande Oswald Julian (era só Osvaldo Juliano, antes da fama), ganhou diversos prêmios com aquele quadro que mais parecia um tapete mal feito. Chegaram, olha só, a dizer que ele era revelação do ano! Tão importante quanto Alexander Calder! Oswald, pintor cheio de sensibilidade.
Como? justo ele que tinha a sensibilidade de um hipopótamo numa loja de cristais...
Pois bem, pintou outras porcarias (segundo sua amada esposa), vendeu alguns quadros e..morreu, o desgraçado (segundo sua agora viúva)! Deixando pra pobre viúva sua coleção de telas e títulos protestados. 
Bom, pintor morto vale mais que pintor vivo, ela pensou. Vendeu uma tela, duas, todas. Pagou as dívidas e ainda sobrou algum prum vestido novo. 
Mas... e agora? As telas se acabaram... Bom pensou. Pintar preto sobre vermelho eu também sei... 
Hoje em dia ela vive "descobrindo" telas de seu finado marido. Os críticos tem elogiado muito mais as telas da "última fase".

Alvaro 2004

sábado, setembro 15, 2012

Canto




Canto
No meu canto
Cantiga de acalanto
Recolhendo o pranto
Sem nenhum espanto
Em busca de um encanto
Quem tanto me encanta?
É aquela que canta
Canção que agiganta
E a dor suplanta!
Longe de meu canto
Me levanto
Visto meu manto
No rochedo me planto
Sonho tanto!
Apenas por enquanto...

sexta-feira, setembro 14, 2012

Na escada





Acordou naquela manhã com um pouco de ousadia. Vestiu um lingerie especial, sentou-se nos degrau da escada e imaginou sua vinda. De supresa. Chamando por seu nome. Mas ela não responde. Ele terá que decobri-la, ali, perdida em seus devaneios, aguardando um toque real, tão suave como o que ela imagina.

terça-feira, setembro 11, 2012

Aqui e agora

— O tempo passa, ou nós passamos por ele?
— Cada instante é eterno e nós, neste instante, também o somos!
— E no próximo instante?
— Que importa? Este não é eterno?








Alvaro Domingues
2005
imagem: Monge Zen (sem autoria)

segunda-feira, setembro 10, 2012

Dom Quixote

Salvador Dali - Dom Quixote - Cervantes
Dom Quixote e Sancho Pança - ilustração de Salvador Dali


Em busca de Quimeras
Em perdidas eras
Para longe parti
Hoje, junto de ti
Aprendi:
Não há gigantes
Ou cavaleiros galantes

Nas minhas andanças
Não achei perigos
Mas fiz amigos
E carrego lembranças
Das lutas que nunca lutei
Dos monstros que nunca matei 
Das histórias que inventei
Dos sonhos que delirei

E de ti, minha amada
Que ris de minha espada
E de minhas aventuras
Quero que me leves às alturas
Com teus beijos ardentes
Me fazendo esquecer
As lutas pendentes
Para em teus braços ceder

Homenagem de Alvaro Domingues 
a todos os escritores e leitores de Fantasia

sábado, setembro 08, 2012

Alvo atingido



O dedo
No gatilho
Um brilho
Um tiro
Que parte
A bala
Que abala
O ruído
Que cala
A ponta
Que aponta
Num único
Instante
A bala
Errante
Caminha
Constante
O alvo
Alcançando
Lançando
Um estilhaço
No espaço


quinta-feira, setembro 06, 2012

Bem vindo, Alienígena





Seja bem vindo ao nosso planeta
Não temos muito a lhe oferecer
Talvez uma pequena luneta
Para você ver seu lar ao escurecer

Ao Longe


Em suas rondas
Pelas praias
Entre ondas
Enormes
Multiformes
Longe dos navios
E das tranquilas suítes
Com gestos arredios
Como quem sonha
Talvez transponha
todos os limites

domingo, setembro 02, 2012

Espera



 foto: Shubina Olga
 http://www.photoforum.ru/rate/user.php?u_id=4497
                                                          


Seus olhos de brilhante
Contemplam eterno instante
O que eles vêem ?
Um ponto além
Muito além do horizonte


Ela espera alguém
Que está em lugar obscuro
Num tempo em incerto futuro
Ele atravessará a ponte?


Mas não há ansiedade
Não importa a demora
Pois nunca é agora
E aquele que vem
Torna efêmera a eternidade
 

sábado, setembro 01, 2012

Sonho e Silêncio

Van Gogh aos 13 anos
Van Gogh aos 13 anos
Ele escolhe seu mundo
E o guarda no fundo
De seu baú encantado.

Bem ao lado
De um sonho alado.

Mas o segredo guardado
O mantém calado.


Por que o tranca tanto?
Abra-o, quebre o encanto.

Chega de silêncio!

Deixe o sonho mostrar o brilho
De seu mundo em exílio

Mostre seu sentimento
Deixe brilhar o talento.